quarta-feira, 15 de abril de 2009

Dona Nena: uma história de amor por seu trabalho




Caros Amigos,

A maioria dos penapolenses ao transitar pela avenida Rui Barbosa, mais precisamente próximo a Feira Livre, já parou alguma vez para experimentar as famosas e tradicionais pamonhas doces e salgadas e o cural feitos pelo casal simpático Dercília Tavares, 51 anos, mais conhecida como Dona Nena e seu marido José da Silva, 60.
Mas, muitos desconhecem quais os desafios que já enfrentaram durante estes 20 anos que preparam estes alimentos e como conseguiram ganhar o carinho e prestígio de seus clientes. Há três anos, o casal possui um ponto na Feira Livre, chamado “Ki-Pamonha”, onde permanece de segunda a sábado das 09h30 às 16h30.

Sobre o início na profissão, Dona Nena disse que foi por extrema necessidade, pois vendiam verduras aos domingos e os negócios não estavam indo bem. “Como sempre tive a idéia de fazer pamonhas e pela necessidade que estávamos passando, decidi de imediato começar”, comenta. Antes de montarem a barraca, uma de suas filhas saía de moto para vender o produto, assim como seu marido percorria todas as residências da cidade, obtendo uma boa freguesia logo no começo.

Mas em 2004, a produção de pamonhas teve que ser interrompida visto Dona Nena arrumar um emprego numa fábrica no setor de montagem. “Permaneci por três anos na empresa, mas depois optei em sair porque queria voltar fazer o que mais gosto que é a fabricação de pamonhas”, admite. Mesmo trabalhando na fábrica, a penapolense afirma que levantava mais cedo e preparava algumas para vender aos companheiros de trabalho.

Preparação
Sobre os métodos usados para preparar a pamonha, Dona Nena enfatiza que o serviço começa no dia anterior. “Levanto às 04h30 da manhã para estar descascando o milho que meu marido pega de tarde, para assim estar preparando a massa do produto e cozinhando algumas delas”, recorda.

E durante este preparo a um segredo: em vez de colocar água na massa da pamonha, a penapolense usa leite e manteiga, que na visão da mesma, realçam o sabor. “Vale lembrar que a pamonha embalada na palha do milho conserva por um bom tempo e aumenta ainda mais seu gosto”, garante. O tempo de preparação, tanto do cural como da pamonha é de duas horas para ficar pronto.


Dona Nena termina uma etapa do preparo por volta das 08h30, quando neste momento já faz seus preparativos para estar se dirigindo até sua barraca, dando procedimento nas atividades as 09h30. “Tem vezes que os clientes ligam em minha casa perguntando se vou demorar em chegar até a feira para estarem indo lá comprar”, cita. Além dos fregueses da cidade, a penapolense possui clientes de outras cidades da região e até mesmo de São Paulo que adquirem seus produtos.

Durante o dia, Dona Nena produz uma grande quantidade de pamonhas, curais e bolo de milho, onde muitas vezes por volta das 16h já não se encontra mais nada, ficando até mesmo chateada quando algum cliente chega neste horário, tendo que ir embora sem adquirir os produtos. Sobre o segredo de tanto sucesso há mais de 20 anos, o casal se diz orgulhoso pelo trabalho, visto com o lucro que tem nas vendas, conseguirem pagar as despesas familiares, em especial o aluguel da casa em que residem.

“Durante todo este tempo, graças a Deus nunca ficamos preocupados com as vendas, pois desde o começo a população nos deu este voto de confiança em nossos produtos”, ressalta José da Silva. Durante o ano, o casal é contratado, em especial na época de junho, onde acontecem as Festas Juninas, para estar fazendo os produtos alimentícios que serão vendidos.

“Enquanto eu tiver saúde, estarei fazendo com muito amor as pamonhas, onde se dedicando ao máximo, embora seja trabalhosa, a recompensa que tenho é fazer novas amizades e ter o reconhecimento da comunidade em adquirir nossos produtos”, finaliza Dona Nena.

3 comentários:

Anônimo disse...

Excelente matéria que retrata uma das figuras mais conhecidas da nossa cidade.
Ass: Karol Verri

Tamyris Araujo disse...

Oi Ivan!
Muito boa a sua matéria!
Aqui no jornal sempre tem matérias desse estilo em uma coluna chamada "Contando sua História"... particularmente, gosto muito do estilo!
Bjão
Parabéns!

Cláudio Henrique disse...

Cara, mto bom falar daquelas que marcam um local pela humildade e vontade de vencer. Parabens.