segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Crônicas de Repórter



Caros Amigos,


Neste post quero destacar o grande livro de Pedro Bial, intitulado como "Crônicas de Repórter", no qual tive a honra de ler há algum tempo, onde gostei muito e deixo como sugestão de leitura para aqueles que sempre vistam esta página.


Pedro Bial, experiente jornalista nos conta tudo que viveu na frente e atrás das câmeras em Crônicas de Repórter. Este é seu segundo livro pela editora - o primeiro foi "Leste Europeu, A Revolução ao Vivo". Com um texto leve, preciso e direto, o ex-correspondente estrangeiro da Globo divide com o leitor a adrenalina da profissão de repórter. Acontecimentos e emoções que o olho frio da câmera nem sempre revela.


Tratando de temas diversos, como a sua vida em Londres, a volta ao Brasil e, principalmente, o seu trabalho como correspondente internacional, Bial capta em sensíveis flashes o cotidiano de quem vive atrás da notícia. Suas crônicas - uma parte delas já publicada no Jornal da Tarde, de São Paulo - nos remetem para acontecimentos marcantes de nossa época: a Guerra do Golfo, o horror em Sarajevo, a batalha do Parlamento Russo em 93, entre outros.


Não é fácil sair por aí a procura de uma reportagem. A pessoa que escolher a profissão de jornalista deve se conscientizar de que passará por situações em que poderá pôr em risco a própria vida. Passar por aventuras é bom, mas não quando se está à frente do perigo, como muitas vezes Pedro Bial passou. Nascido em 29 de março de 1958, Bial formou-se em Jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro, em 1980. Em 1981, entrou para a Rede Globo, por meio de um curso de formação em telejornalismo. Substituiu a apresentadora Leda Nagle nas entrevistas especiais de sábado, para o jornal Hoje, em 1983.


Um ano depois, Bial entrou para a equipe do Globo Repórter como jornalista exclusivo. A experiência durou até 1988. No mesmo ano, foi chamado para assumir o cargo de correspondente internacional, em Londres. Totalizaram-se oito anos só de viagens ao redor da Europa, anos em que o repórter passou por diversas experiências. Em Crônicas de Repórter, Bial retrata diversas situações que muitas vezes a própria mídia não pode mostrar. São histórias divertidas, emocionantes e trágicas.


Durante o tempo em que trabalhou no exterior, Bial acompanhou os acontecimentos mais importantes da segunda metade do século XX, como a queda do Muro de Berlim (1989) e a Guerra do Golfo (1991). Nesta, Bial entrevistou um grupo de beduínos, no deserto da Jordânia. No final da entrevista, eles o convidaram para jantar. A tradição é comer carneiro assado servido dentro do olho do mesmo e o jantar seguiu a regra. Bial não teve escolha; sentiu-se constrangido, mas experimentou. O repórter conta que as mulheres em Teerã precisam estar cobertas e sem nenhum tipo de maquiagem quando saem às ruas.


Do contrário, os maridos podem ser castigados. Neste caso, Bial encontrou duas mulheres, mãe e filha, que estavam cobertas, porém com unhas pintadas de esmalte vermelho. Os guardas retiraram-nas do local e as maltrataram. Esse é apenas um dos exemplos que muitas vezes a mídia não mostra. O livro é muito bom para quem é curioso e gosta de conhecer a vida em outros países. Porém, o autor comete muitos vícios de linguagem e até mesmo alguns erros grotescos. Muitas crônicas são interessantes, mas em algumas Bial não soube utilizar o jargão jornalístico.


Bial deixa claro em seu livro não estar arrependido de ter sido correspondente internacional da Globo, principalmente porque viu quão bom é estar em um lugar certo, no momento certo, para fazer uma reportagem. Refletindo sempre sobre a cobertura dada a estes fatos pela imprensa internacional, o livro vale como uma verdadeira aula de jornalismo. Crônicas de Repórter - um pouco do mundo em suas mãos.

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